Toda vez que encontrávamos com Edileuza, profissional da limpeza extremamente simpática do HU, ela cobrava uma visita do Dr. Dadúvida.
Edileuza dizia que “ele era o melhor palhaço que já tinha passado por lá e que seu coração palpitava só de vê-lo”. O palhaço Dadúvida é o artista David Taiyu, que é nosso coordenador artístico em São Paulo. Com um pouco de ciúmes, confesso, gravávamos áudios dela para o David e contávamos a ele sobre esses encontros.
Dia desses, David nos acompanhou, diretamente de sua casa, em um atendimento virtual. Com microfone desligado e câmera oculta, o coordenador nos assistiu durante toda a manhã.
Quando já estávamos no fim do trabalho, uma surpresa: Edileuza aparece na tela. “Cadê o Dadúvida? Que saudade dele!”
Sem perder tempo, Dr. Mané, meu parceiro na visita, pegou seu telefone de última geração, ano de 1930, e fez uma “chamada” para o palhaço Dadúvida. Ele atendeu de pronto e Edileuza, claro, duvidou.
Ainda com a câmera desligada, David foi se transformando em Dadúvida, conversando com Edileuza às escuras e se maquiando em casa. Ela ainda se recusava a acreditar.
Logo a câmera se abriu… E surgiu Dadúvida! Edileuza tomou um choque! Enfim acreditou que seu amado besteirologista, que não via há anos, estava lá.
Conversaram e mataram as saudades por algum tempo. Palavras, músicas, abraços virtuais e a promessa de que, assim que voltarmos presencialmente ao HU, Dadúvida iria visitá-la.
De fato, esse encontro espontâneo só pôde ocorrer porque estávamos cada um em suas casas. É claro que a saudade da visita presencial é enorme, mas o campo virtual tem aberto outras possibilidades incríveis como essa.