Doutores da Alegria possui em seu DNA a transformação de vidas por meio da arte do palhaço. É com esse encontro com a arte que podemos promover o bem-estar e estimular o cuidado com o outro.
Tem sido assim desde os momentos iniciais de palhaços e palhaças dentro de hospitais, e também fora das unidades de saúde.
Primeiro, a associação internalizou o olhar para a palhaçaria, criando uma escola onde as pessoas – formadas ou não em artes cênicas – pudessem experimentar a arte do palhaço, se aprofundar no gênero ou reinventar suas personagens.
Com o passar do tempo, a arte que acontecia nos hospitais começou a invadir as ruas, os centros culturais e até as empresas, ilustrando o encontro da palhaçaria com as crianças internadas. Era o momento de expandir o cuidado com o outro.
Hoje, inclusive, a organização vem endossando o coro para a saúde organizacional, chamando atenção para o bem-estar das pessoas em atividade laboral ao incentivar a presença inusitada do palhaço dentro das empresas.
E, além dos hospitais, da escola artística, espaços culturais e de empresas, onde mais Doutores da Alegria poderia atuar?
A chegada da organização ao centro de São Paulo
deu um novo frescor a essa pergunta que vem reverberando internamente nos últimos anos. E a resposta nunca pareceu tão óbvia.
Impactos e expectativas com a nova sede em SP
A nova sede de Doutores da Alegria ainda precisa passar por reforma.
Enquanto isso, a organização também traça os sonhos que podem ser construídos com a chegada na região.
Daiane Carina Barbieri Saes, Diretora de Relações Institucionais da organização, está ansiosa e diz que Doutores tem muito a contribuir com o centro da capital paulista.
“Eu acho que o centro tem muitos espaços para serem ocupados coletivamente, no sentido de parcerias com outras organizações, olhar para o centro com esse olhar da arte, da cultura, esse olhar intersetorial e multidisciplinar”.
Ela ainda reforçou que todo o movimento de mudança que Doutores da Alegria vem vivenciando é importante para a organização.
A expectativa de Doutores, ao chegar no centro de São Paulo, está em potencializar e ampliar as frentes de atuação, como:
- a ocupação de espaços culturais com espetáculos e apresentações artísticas;
- o fortalecendo e auxiliando as políticas e programas voltados para a saúde pública e promoção artística;
- e outras tantas possibilidades.
Doutores da Alegria acredita que a arte, em especial a da palhaçaria, é um caminho possível para promover mudanças individuais e sociais.
O diretor-presidente da organização, Luis Vieira da Rocha, lembra que, estando no centro de São Paulo, um caminho possível de colaboração junto à região é a interlocução com educadores e educadoras que atuam diretamente com pessoas em situação de rua.
“Eu acho que Doutores tem um grande potencial de beneficiar profissionais que atuam em ambientes adversos como nós, né? E eu acho que um grande público é esse profissional de saúde que atua numa situação bastante adversa que é a saúde pública, um hospital público, também [profissionais] da Assistência Social, para atividades de formação continuada”.
Como também pontuou Luis em entrevista, o palhaço se desconstrói para o outro crescer e, assim, esse outro dá um passo de confiança para a construção das relações.
Nesse sentido, quem sabe, Doutores da Alegria pode servir como uma ferramenta mediadora para atendimento onde a arte e a cultura são solicitadas – como a região central da cidade, sendo essas uma maneira de aproximar as pessoas e de promover o fortalecimento de vínculos e a transformação social.