Ver um palhaço ou palhaça pela primeira vez é uma experiência inusitada.
Talvez o circo seja o lugar que mais foi palco do encontro entre crianças e palhaços. Mais recentemente a televisão, com seus personagens memoráveis, ocupou este espaço de encontro. E ambos os lugares têm em comum a distância: da cadeira na plateia ao sofá de casa, palhaços e crianças permanecem afastados, interagindo somente por meio da risada conquistada com uma gag clássica. Um ou outro pequenino tem a chance de dividir o palco, se unindo às trapalhadas do palhaço de circo.
No hospital, o palhaço se aproxima da criança, vai ao seu encontro.
Neste movimento, precisa se livrar da maquiagem e do figurino pesados (que, bem, são ótimos para quem os enxerga à distância!) e compor um personagem menos caricato, que possa se aproximar de um leito de hospital sem causar tanto estranhamento.
Muitos dos palhaços do Doutores da Alegria, com suas origens no circo, passaram por este processo antes de incorporar o elenco. Surge o besteirologista, uma figura inusitada naquele ambiente.
E é assim que alguns milhares de crianças (e adultos) tomam contato pela primeira vez com um palhaço: no hospital. Podemos dizer que a situação de adversidade traz esse “privilégio”? A possibilidade de um encontro potente, olho no olho, em um momento em que as emoções estão à flor da pele, carrega uma vivência única e sublime.
Palhaços e crianças estão, ali, mais próximos do que nunca. À distância de um toque.
O resultado desta união pode ser uma experiência de alegria. Mas também pode ser uma descoberta, uma pulga atrás da orelha, um momento poético ou até um choro contido – como muitas das histórias contadas neste Blog revelam.
E você, lembra-se do seu primeiro contato com um palhaço ou palhaça? Conte pra gente como – e onde! – foi.