Completamos mais um mês de atendimento virtual e a telebesteirologia vem avançando. Pela primeira vez na história, realizamos um transplante de dedo duro pela internet. O resultado foi espetacular e aconteceu no quarto do Lucas, um rapaz de 6 anos, internado no terceiro andar do Instituto da Criança, em São Paulo.
A pesquisa foi iniciada pela Dra. Lola, que estava cansada de ser dedo duro e ficar dedurando as pessoas. Depois de muita encrenca e estudos, Lola nos mostrou seu dedo duríssimo pela tela do tablet e disse que ia jogar para mim.
A princípio duvidei que fosse possível, mas Lola me provou o contrário. Ela me pediu que levantasse a mão fechada, se preparou e, com rápido movimento, lançou seu dedo pela tela do tablet diretamente para mim. Como se fosse mágica, seu dedo duro veio parar na minha mão.
Fiquei impressionado, mas rapidamente senti os efeitos…
Fiquei com vontade de dedurar algumas pessoas, fazer fofocas, apontar o dedo para todos os lados e, num ato desespero, acabei lançando o dedo para Lucas.
O rapaz prontamente pegou o dedo duro, abriu um sorriso e devolveu para Lola. A besteirologista jogou para mim, eu devolvi para ela, ela devolveu para ele, e assim ficamos um tempo, jogando para lá e para cá, de um para o outro, comprovando uma rejeição nos primeiros testes, pois ninguém queria ser o dedo duro da vez.
Depois de muitas jogadas, percebemos que Lucas tinha pegado três dedos que pousaram em sua mão ao mesmo tempo. Resolvemos dificultar e jogar cada vez mais dedos para ele. Contrariando as estatísticas, chegamos à marca de dez dedos duros transplantados em menos de uma hora.
Lucas ficou com cinco dedos duros em cada mão, sorrindo e sem nenhuma rejeição. O transplante foi um sucesso e agradecemos muito ao rapaz por ser nossa cobaia. Nos despedimos de Lucas, que ficou dando tchau com as mãos abertas e, nós, com as mãos fechadas.
Recomendamos alguns exercícios como furar bolo e catar piolho para que ele amolecesse os dedos, pois ficar sendo dedo duro o tempo todo não é legal.
Se você conhece alguém que seja dedo duro, dedura essa pessoa para nós que iremos tratar o caso. Estaremos às terças e quintas andando pelo hospital, dentro de um tablet, carregados pela querida Rose da Humanização.