O garoto tinha vindo com o pai do Amapá para tratar o câncer do garoto. Conversávamos trivialidades enquanto o garotinho nos observava seriamente.
– Quer dizer que o senhor é do Amapá?, perguntou o Dr. Mané Pereira.
– Sim!, respondeu o garoto.
– E em que cidade o sr. mora?
– Na capital.
Dr. Pinheiro entrou na conversa.
– São Paulo?
– Não! Na capital do Amapá!
A resposta botou os palhaços pra pensar.
– Dr. Pinheiro, o senhor sabe qual é a capital do Amapá?, indagou Mané.
– Sei.
– Então?
– Então o quê?
– Qual é a capital do Amapá?
– Vatapá.
– Não!, gritaram Mané e o garotinho.
Ele continuou:
– É Macapá!
– Vai capá?, perguntou Pinheiro.
– Não, Pinheiro! É Macapá, você não estudou, não?
– Estudei, mas eu era ruim em Geometria.
– É Geografia! Que burro! – e deu uma boa gargalhada.
Outro encontro bonito não se deu com a gente, mas perto da gente. Estávamos na Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (Tucca), que fica dentro da área do hospital, e falávamos com a equipe de Enfermagem quando vimos uma garotinha de uns seis anos indo até outra da mesma idade que recebia quimioterapia.
A primeira explicava para a segunda, que era recém chegada ao hospital, os efeitos da quimio, onde doía, o que iria acontecer com o cabelo e, por último e não menos importante, onde brincar e como ela brincava. E nós só observávamos.
Dr. Mané Pereira e Dr. Pinheiro (Márcio Douglas e Du Circo)
Hospital Santa Marcelina – São Paulo