Ao todo, estima-se que os dinossauros vagaram pelo planeta Terra por volta de 165 milhões de anos. Em comparação, os primeiros humanos modernos surgiram há apenas 200 mil anos, e estamos aqui desde então.
Para ilustrar melhor esta ideia, se condensarmos toda a história do nosso planeta proporcionalmente em um período de 12 horas, a espécie Homo Sapiens apareceria apenas nos dois últimos segundos, às 11 horas, 59 minutos e 58 segundos. Por pouco não chegamos atrasados!
Além do tempo de existência, há também um enorme abismo entre o período em que os dinossauros deixaram de existir e o momento em que a espécie humana entra em cena.
Humanos e dinossauros nunca coexistiram ou se relacionaram. Ainda assim, o que é fato e o que é ficção se misturam e a história se reescreve, quando três palhaços adentram um quarto de hospital.
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Os doutores Da Dúvida, Trillo e Zequim Bonito chegam até o leito de Maria (nome fictício), de 5 anos.
Maria estava sentada, e em seu olhar baixo havia uma mistura de cansaço e timidez. A mãe de Maria explicara que sua filha não estava bem-disposta, pois sentia algumas dores.
Um cateter estava ligado a um de seus bracinhos, e este bracinho abraçava um dinossauro de pelúcia. Pelo formato, muito possivelmente um Estegossauro, para os mais entusiastas.
A princípio, Maria pareceu não querer dar muita atenção ao trio de palhaços, mas isso logo mudou quando eles se interessaram pela figura que ela segurava.
-“Esse dinossauro é seu? Como ele se chama? O que ele come?”, perguntamos.
Maria se preencheu de ânimo ao responder essas e outras perguntas sobre sua companhia pré-histórica. Logo, ficaram sabendo que o dinossauro na verdade era dinossaura, se chamava Dina, e que gostava de comer gelatina.
Um dos palhaços então conta à Maria que também gosta muito de dinossauros. Tanto gosta que sempre carrega um consigo em um de seus bolsos.
Maria, já muito curiosa, aceita ser apresentada ao tal dinossauro, e solta uma risada quando o palhaço tira do bolso uma pequena galinha. (Charles Darwin, por motivos diferentes dos de Maria, talvez também pudesse esboçar um sorriso nestas circunstâncias).
Maria então explica que, diferente dos dinossauros, as galinhas fazem “cocó, cocó!”.
“E os dinossauros, o que fazem?”, perguntam os palhaços, momentos antes de saírem correndo de medo do rugido que Maria produziu, e logo após espalhou pelos corredores o som de suas risadas.