O hospital tem sido uma nova experiência na fase artística. Eu havia entrado em um hospital como palhaço por volta de 2011, quando ainda não era Dr. Filipeuto, a Doutores da Alegria.
Lembro de ter medo por ser uma experiência com recém-nascidos. Naquela época, veio uma pergunta na minha cabeça: “Como tornar um quarto de hospital em uma sala de espetáculos?”. Foi um dia de uma vivência passageira e intensa.
Dr. Filipeuto iniciou seus trabalhos junto a Doutores da Alegria em 2023, e entrou na pista hospitalar já em época de carnaval – e que bom começar neste mês de foliae e brincadeiras.
Na primeira visita fiquei atento, escutando como se comportavam os palhaços já atuantes na área, foram momentos de entender o jogo e principalmente a dinâmica do hospital. Em seguida vieram os ensaios para a realização do Cortejo de carnaval.
Tive a oportunidade de jogar com outros palhaços, além da minha dupla da época, e conhecer outras unidades hospitalares. É interessante perceber que, ao longo das visitas e com a acolhida de diferentes duplas, fui perdendo o medo de estar no hospital.
Até aqui, tenho entendido que o jogo se estabelece com o paciente e funcionários, a depender do quadro que se encontra cada criança no quarto.
O maior exercício tem sido transformar o macro em micro, é como se o picadeiro fosse uma pequena caixa de fósforo, e o se o riso fosse as faíscas saídas do acendedor, ora com chamas maiores e ora com pequenas fagulhas brilhantes.
Acredito que aquele medo de 2011 não existe mais, o que existe agora é uma curiosidade de ver as fagulhas brilharem nas visitas de besteirologia.