Neste mês, entre muitos encontros e reencontros, atendemos um garoto de 10 anos que usava óculos, muito figura, animado, rápido e inteligente. Logo que entramos no quarto, já nos olhou por cima dos óculos, que estavam na ponta do seu nariz, e disse:
– Ainda bem que vocês chegaram! Não aguento mais remédio e dor, me deem um pouco de riso!
Uma recepção dessas abre o portal de infinitas possibilidades de jogos e diversão entre o palhaço e a criança. Ele foi logo nos enchendo de perguntas: se a gente ia cantar, onde estava o violão e o que poderíamos oferecer de palhaçada para ele.
Não perdi tempo em dizer que tinha minhas pílulas da alegria, saquei minhas bolinhas coloridas e fiz um rápido exame de “visão-besteirológico-malabarista”. Pudemos constatar que a visão dele estava perfeita e a velocidade de respostas era acima da média (e que nós mesmos seríamos a medida de comparação!).
Mas ele queria mais e mais e mais! E aí nos pediu mágica! Nós sempre viramos no avesso quando temos um desafio, mas nem sempre conseguimos oferecer tudo que nos pedem. Se bem que eu tinha uma mágica guardada na manga!
Na verdade, ela estava no porta-toalhas de papel do banheiro. Corri para pegar uma folha e fazer a clássica magica do papel rasgado que, após um assopro, deixa de estar rasgado. E ele disse a melhor fala do dia, ou do mês, ou talvez do ano todo!
– Fui enganado com sucesso!
A gente sempre aprende algo no dia a dia de trabalho! Vou levar essa fala para a vida! Sempre quando vir alguma mágica acontecendo, vou dizer: “Fui enganado com sucesso!”.