Que dia da mentira, que nada! No dia 1 de abril comemoramos o Dia dos Bobos. Ano passado falamos sobre a data aqui no Blog e sobre a origem dos bobos, que se cruza com a origem do palhaço – arquétipo que facilita o nosso trabalho nos hospitais.
Para ilustrar a teoria, indicamos a peça O Bobo do Rei, dirigida por Angelo Brandini, que é palhaço dos Doutores da Alegria, e compilamos duas boas histórias de bobos da corte. Veja:
O Bobo do Rei é uma livre adaptação de “Rei Lear” de William Shakespeare (1554-1616), escrita em 1605. É uma das principais tragédias do dramaturgo Inglês. No original, Lear é o velho Rei que para aproveitar ainda mais a vida, decide dividir o reino entre as três filhas. Convencido de que elas o amam, resolve que a partilha será feita de acordo com as declarações de amor que elas lhe prestarem. Informações sobre apresentações aqui.
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“O bobo da corte era uma figura real comum na época de Shakespeare. Certo dia, mais entediado e neurastênico do que nunca, o rei mandou chamar o palhaço para distrai-lo com suas lorotas. O pobre palhaço com o repertorio esgotado, acabou repetindo alguma história, embora contada com bastante calor. Mas o rei, que estava mesmo sem paciência naquele dia, lhe disse:
“O bobo conseguiu trabalho de barqueiro. Certo dia, transportando um gramático, este homem lhe pergunta:
O senhor conhece Gramática?
Não, em absoluto nada!, respondeu com firmeza o bobo.
Bem, permita-me dizer que você perdeu metade da sua vida!, replicou com desdém o erudito.
Pouco depois, o vento começou a soprar e a barca ficou a ponto de ser tragada pelas ondas. Justo antes de ir a pique, o bobo perguntou ao passageiro:
Sabe nadar?
Não!, contestou, aterrorizado o gramático.
Bom, permita-me dizer-lhe que você perdeu toda a sua vida!
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