“Não importa quanto a vida possa ser ruim, sempre existe algo que você pode fazer, e triunfar. Enquanto há vida, há esperança.”
O conhecido astrofísico britânico Stephen Hawking, autor da frase, tem 73 anos e sofre há cinco décadas da doença de Lou Gehrig (ou esclerose lateral amiotrófica), uma atrofia motora que o impede de movimentar quase todo o corpo, obrigando-o a viver confinado em uma cadeira de rodas. Além de ser considerado um dos homens mais brilhantes do mundo, autor da teoria dos buracos negros do universo, o astrofísico também é uma das pessoas com deficiência mais conhecidas na atualidade.
Quando descobriu a doença, os médicos sugeriram que teria alguns meses de vida, nos quais assistiria ao seu declínio físico. Mas Hawking apostou na vida e veio a ser intérprete de uma história fantástica. Sua biografia foi retratada no filme “A Teoria de Tudo“, em cartaz no circuito brasileiro de cinemas.
Pela incrível interpretação em cena, o ator Eddie Redmayne ganhou ontem o Oscar de Melhor Ator. Para dar vida ao personagem, o ator conviveu com pessoas que sofrem da mesma doença e manteve conversas com o cientista. A preparação física foi difícil, envolvendo contorção de músculos, osteopatia e dores, uma vez que precisava ficar por horas com o corpo enrijecido. Mas Redmayne superou: “No final do dia, por mais que eu sentisse dor, eu podia me levantar e ir embora, e ele (Hawking) não podia, nem as muitas pessoas que conheci, por isso fiquei muito grato. Viver neste mundo faz você ser muito grato pela sua própria saúde.“
Podem dizer que o cientista deve sua longevidade ao contato que tem com a tecnologia, cujas inovações permitiram, por exemplo, que ele conseguisse falar por meio de aparelhos. Ou à sua mente brilhante, que o colocou em contato com o melhor da Medicina. Talvez sim, talvez não… O que importa mesmo é que sua trajetória traz melhores expectativas aos portadores da esclerose lateral amiotrófica.
Sobre sua doença, Stephen Hawking é preciso: “Eu não tenho muita coisa boa para dizer da minha doença, mas ela me ensinou a não ter pena de mim mesmo e a seguir em frente com o que eu ainda pudesse fazer. Comecei a aproveitar a vida sem olhar para trás.”, diz o cientista.
Levando essa frase para o campo de atuação dos Doutores da Alegria, também acreditamos que é preciso não sentir pena. De si mesmo e do outro. A pena diminui a auto-estima, a capacidade de recuperação; e vinda do olhar do outro, cria um distanciamento, uma sensação de inferioridade. Como palhaços, colocamos a nossa arte a serviço dos outros, enxergamos de igual para igual e investimos em relações que empoderem a saúde frente à doença. Sentir pena não faz parte do nosso trabalho.
Assim como Hawking, insistimos que é importante viver o presente. Enquanto há vida, há esperança.