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Juliana de Almeida
Atriz e palhaça. Atua como Dra. Baju na Doutores da Alegria, em Recife, desde 2010.
Sabe quando uma criança ama uma brincadeira e ela, ao final, sempre diz: “De novo!!”? Pois é! Você pode repetir um zilhão de vezes – tá que eu tô exagerando, mas o resultado da conta não dá tão longe disso.
Tão animado, tão esperto, curioso, fofo e lindo, Kev fez o inesperado ao nos dar um abraço apertado. Começa que, ao nos ver, sua empolgação toma conta do ambiente e ele facilmente assume o controle da brincadeira.
Eu conhecia Kev já do ano passado, ainda com o meu antigo parceiro, o Dr. Dud Grud. Naquela época, a gente se apaixonou por ele. Dessa vez, foi a vez de Dr. Eu conhecê-lo – ele se apaixonou por Kev e eu me reapaixonei.
Esse espertinho perguntou pelo “palaço gandão” e pediu que a gente fizesse as mesmas coisas que fizemos quando o conhecemos um ano atrás.
Rimos com a fofura dele e fomos seguindo o fluxo do encontro que, muito rapidinho, foi desenhando as particularidades desse novo momento com Kev, que se divertia com toda a sua intensidade.
A gente tem um squeaker na mão, um apito de brinquedo, que usamos disfarçadamente para detectar a presença de pequenos insetos pelo ar, na cama do paciente, etc.. E num momento em que Dr. Eu fez a cama de Kev apitar, este olhou rapidamente para a mão do palhaço – que, por sua vez, soltou o squeaker no bolso. A reação de Kev?
− Cadê o negócio de mentila que apita? Faz de novo!!
A gente caiu na risada, numa risada que, pela sensação que compartilhamos, parecia envolvida por uma aura. Vejam só! Mesmo tendo percebido que o som do apito era de mentira, produzido por um objeto escondido na mão de Dr. Eu, Kev pediu pra ele repetir. E repetimos.
Em outro momento, a gente passou a “encontrar” bolas vermelhas – outro artefato presente em nossos jalecos – que saltavam dos objetos também vermelhos encontrados na enfermaria. Nesse dia, foi uma infestação da cor vermelha.
A menina que dividia o quarto com Kev tinha um cobertor vermelho e um casaco vermelho. A vó da menina, curiosamente, também vestia vermelho.
A menina assistia a tudo e se deleitava com uma risada muito gostosa, enquanto Kev orquestrava tudo. Lindo era ver a sua surpresa, seguida de muitas risadas, pedindo sempre mais.
No segundo encontro, quando a gente abriu a porta da sua enfermaria, Kev deu um grito de alegria, todo espevitado e já foi logo pedindo:
− Palaço minino, faz aquele negócio. E tu, palaça minina, faz assim com o violão!
Fizemos! Começamos a tocar uma música animada, Kev e Dr. Eu dançavam e, em meio à toda empolgação, Kev conseguiu puxar o nariz de Dr. Eu:
− Eita! É mentila!! – soltando uma risada inocente e espontânea.
Dr. Eu baixou a máscara e mostrou o seu rosto pra Kev que, simplesmente, disse:
− Tá. – demonstrando naturalidade.
E logo voltamos a brincar. É assim.
Ficamos nos perguntando: Será que desmistificar a magia a desencanta? Ao observar Kev, percebemos que o encanto não está apenas na ilusão, mas na entrega dentro das relações. Isso nos toca e nos conecta.
Provavelmente, a verdadeira magia não seja a ilusão, mas a conexão que ela gera. Ao apreciar cada truque, Kev nos lembra que a verdadeira magia está na habilidade de celebrar a maravilha vivida.
Dra. Baju (Juliana de Almeida) e Dr. Eu_zébio (Fábio Caio)
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