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O que duas crianças hospitalizadas ensinam aos adultos sobre comunicação

O que duas crianças hospitalizadas ensinam aos adultos sobre comunicação

Por gabriela.caseff

2 minutos de leitura

30 de maio de 2019

Em um dos quartos do Instituto da Criança, os palhaços encontram Alice*, de 14 anos. Sentada em sua cama, Alice se ocupa de desenhar flores coloridas e ouvir música com seus fones de ouvido.

Apesar de todas as investidas dos palhaços, que brincam com a criança do leito ao lado e procuram estabelecer uma comunicação com Alice, ela permanece indiferente. Tentam uma música: Dr. Cavaco puxa seu cavaquinho e Dr. Chabilson acompanha. Nada.

Quando estão de saída, a mãe de Alice chega. Para sua surpresa, veem mãe e filha conversarem através de Libras – a Língua Brasileira de Sinais. A menina tem deficiência auditiva. Tudo faz sentido.

Logo depois da descoberta, os palhaços propõem uma interação sem palavras, utilizando o lápis colorido de Alice como varinha mágica. A menina ri, se empolga e se levanta da cama, andando atrás dos palhaços para enfeitiçá-los com seu lápis mágico!

Depois da brincadeira, ainda tem uma coisa que parece não fazer sentido: Alice continua com os fones de ouvido. Recorrem à sua mãe.

– Apesar da deficiência, ela gosta da vibração que o som emite e consegue absorver o ritmo. Ela acaba ouvindo de outra maneira!, nos conta.

Incrédulo e ao mesmo tempo impressionado, Dr. Cavaco pede que Alice coloque uma de suas mãos no cavaquinho. Enquanto a música sai pelas cordas, ela prontamente abre um sorriso, olha para a mãe e diz, através dos sinais:

– Eu estou sentindo, mãe! Estou sentindo! 

Contente, a mãe se põe a mexer o corpo ao som do cavaquinho e todos acabam dançam juntos naquele quarto.

Em um hospital público de Recife está o Gui*, de 3 anos, que desde o nascimento mora em um leito da UTI e convive com as pessoas que trabalham ou que passam por ali. Impedido de falar, ao menos da forma convencional, Gui tem seus próprios códigos pra estabelecer uma conversa com a Dra. Baju: uma piscada de olhos para “não” e duas piscadas para “sim”.

Gui, você quer brincar? Duas piscadas. Gui, posso pegar seu caminhãozinho emprestado? Uma piscada.

Lá no fundo dos olhos de um azul celestial, os palhaços percebem que o verdadeiro diálogo acontece para além de algumas piscadas. Não por palavras, não por gestos, mas, verdadeiramente, pelo olhar.

Colocar-se no lugar do outro não é só uma questão de empatia. É um caminho para uma comunicação bem estabelecida, com base em entender a necessidade do outro e agir para suprir.

Fora do hospital, sem a máscara afetuosa do palhaço e a companhia de crianças, enfrentamos encontros semelhantes. Somos adultos incapazes de ouvir o que não queremos, de discordar sem gritar, de expor a opinião sem ironizar o outro. Somos incapazes de dar uma chance ao diálogo e isso acontece há algum tempo. Parece que estamos enfermos, e dói em todos nós, claro.

Está tudo bem se, durante a conversa, o Gui preferir não emprestar o brinquedo. Também está tudo certo se, depois de ponderarmos juntos, chegarmos a ideias completamente diferentes do que é sucesso ou de qual posição política a sociedade se beneficiaria mais. Pelo menos a gente deu uma chance ao diálogo.

Há mais de 27 anos atuando em hospitais, tem coisas que só compreendemos com o distanciamento histórico. Humanização, por exemplo, era algo fora do nosso vocabulário em 1991, quando Doutores da Alegria nasceu. Talvez daqui a algum tempo possamos olhar para este momento em que vivemos e enxergar nossos próprios erros e acertos, enxergar a velocidade com que nossas vidas e nossas relações se transformaram com o avanço da tecnologia e dos meios de comunicação e, quem sabe, aprender com as dores e as feridas que ficaram.

Até lá, Alice e Gui já estarão grandes e terão a chance de conviver em uma sociedade mais harmônica e afetuosa.

* os nomes das crianças foram trocados para preservar suas identidades

[Texto originalmente publicado no HuffPost]

gabriela.caseff

Tags

comunicação, deficiência auditiva, diálogo, HuffPost, música

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Politica de privacidade

LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS – LGPD

Considerando que:

I – DOUTORES DA ALEGRIA é uma associação civil sem fins lucrativos, e tem como propósito “intervir na sociedade propondo a arte como ‘mínimo social’ para crianças, adolescentes e outros públicos em situação de vulnerabilidade e risco social, privilegiando hospitais públicos e ambientes adversos, tendo a linguagem do palhaço como referência. A partir desta intervenção, ampliar canais de diálogos reflexivos com a sociedade, compartilhando o conhecimento produzido através de formação, pesquisa, publicações e manifestações artísticas, contribuindo para a promoção da
cultura e da saúde e inspirando políticas públicas universais e democráticas para o desenvolvimento social sustentável”


II –
Esta política de privacidade, foi elaborada nos termos da Lei no 13.709, de 14 de agosto de 2018 e tem por objetivo a proteção dos dados pessoais que são coletados e gerados quando você se relaciona de alguma forma com a associação DOUTORES DA ALEGRIA. Além disso, explica como seus dados pessoais são usados, compartilhados e protegidos, quais opções você tem em relação aos seus dados
pessoais e como você pode nos contatar.

1. A quem se aplica?

Se você está lendo este documento, esta política se aplica a você. As orientações
mencionadas se aplicam aos dados coletados de parceiros, doadores, alunos,
prestadores de serviços, associados, fornecedores, sócios da alegria, público em
geral, diretores, conselheiros, consultores, empregados da associação DOUTORES
DA ALEGRIA.

2. Definições e termos:

Alguns termos que irão ajudar você a entender todas as orientações desta política:

Tipos de dados:

Dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural identificada ou identificável;

Dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção
religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso,
filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou
biométrico, quando vinculado a uma pessoa natural;

Dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser identificado,
considerando a utilização de meios técnicos razoáveis e disponíveis na ocasião de
seu tratamento;

Banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais, estabelecido em um ou
em vários locais, em suporte eletrônico ou físico;

Titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que são objeto de
tratamento;

Uso dos dados

Acesso: Ato de ingressar, transitar, conhecer ou consultar a informação, bem como possibilidade de usar os ativos de informação de um órgão ou entidade, observada eventual restrição que se aplique;

Armazenamento: Ação ou resultado de manter ou conservar em repositório um dado;

Arquivamento: Ato ou efeito de manter registrado um dado embora já tenha perdido a validade ou esgotado a sua vigência;

Avaliação: Analisar o dado com o objetivo de produzir informação;

Coleta: Recolhimento de dados com finalidade específica;

Controle: Ação ou poder de regular, determinar ou monitorar as ações sobre o dado;

Difusão: Ato ou efeito de divulgação, propagação, multiplicação dos dados;

Distribuição: Ato ou efeito de dispor de dados de acordo com algum critério estabelecido;

Eliminação: Ato ou efeito de excluir ou destruir dado do repositório;

Extração: Ato de copiar ou retirar dados do repositório em que se encontrava;

Processamento: Ato ou efeito de processar dados visando organizá-los para
obtenção de um resultado determinado;

Produção: Criação de bens e de serviços a partir do tratamento de dados;

Recepção: Ato de receber os dados ao final da transmissão;

Reprodução: Cópia de dado preexistente obtido por meio de qualquer processo;

Transferência: Mudança de dados de uma área de armazenamento para outra, ou
para terceiro;

Transmissão: Movimentação de dados entre dois pontos por meio de dispositivos
elétricos, eletrônicos, telegráficos, telefônicos, radioelétricos, pneumáticos, etc.;

Utilização: Ato ou efeito do aproveitamento dos dados.

3. Princípios Gerais sobre o tratamento de dados pessoais adotados pela associação DOUTORES DA ALEGRIA:

•  Os titulares de dados pessoais sempre serão informados sobre quais dados
serão coletados e sua finalidade;
•  Os dados pessoais serão utilizados somente mediante autorização formal
de seus titulares;
•  Somente serão solicitados os dados pessoais de principal relevância para
o projeto previamente estabelecido e limitados a ele;
•  Os dados pessoais serão mantidos corretos e atualizados pelo período
necessário de acordo com sua finalidade;
•  O banco de dados pessoais será mantido em local protegido e seguindo os
mais rigorosos protocolos de segurança;
•  A identidade dos titulares de dados será preservada, principalmente
tratando-se de dados sensíveis;
•  Os titulares de dados pessoais podem a qualquer momento solicitar a
correção, atualização ou exclusão de seus dados da nossa base.

4. Quem é o responsável pelo tratamento de seus dados?

A associação DOUTORES DA ALEGRIA é a responsável legal pelo armazenamento
e eventual tratamento, bem como pela segurança de todos os dados coletados.

Mesmo em projetos e ações que sejam viabilizados em cooperação ou parceria com outras organizações e empresas, nos quais a responsabilidade pode ser dividida, os princípios gerais desta política são mantidos.

5. Quais dados coletamos e por quais motivos?

Coletamos, processamos e arquivamos as seguintes categorias de Dados Pessoais
sobre você:

6. Como armazenamos e quem tem acesso aos seus dados? Armazenamento

Seus dados pessoais (incluindo dados sensíveis) são armazenados seguindo
as medidas de segurança apropriadas para impedir que suas informações sejam
acessadas ou processadas para fins que não estejam de acordo com nossas práticas de inclusão e diversidade.

Acesso
Os bancos de dados utilizados para armazenamento possuem acesso restrito aos nossas trabalhadores e empregados e /ou parceiros que tenham um motivo legítimo e justificável para acesso e/ou tratamento de seus dados pessoais.

7. Por quanto tempo mantemos seus dados pessoais?

Suas informações pessoais serão mantidas pelo tempo que for necessário para
cumprir as finalidades estabelecidas nesta política de privacidade (a menos que um período de conservação mais longo seja exigido pela lei aplicável).

8. Quais são seus direitos em relação aos dados pessoais?

Quando necessário você receberá um documento de consentimento da associação DOUTORES DA ALEGRIA, se estiver de acordo, deve assinar ou autorizar virtualmente.
Além disso, você tem os seguintes direitos em relação aos seus dados pessoais:

9. Aperfeiçoamento da Política de Provacidade

A associação Doutores da Alegria compromete-se a periodicamente revisar e
aperfeiçoar a presente política, além de dar ampla visibilidade a este documento,
mediante a publicação do mesmo no site da organização.

10.Base legal utilizada

Esta Política de Privacidade foi baseada na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, Lei no 13.709/2018 e orientações do Guia de Boas Práticas da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais realizado pelo Governo Federal.

11.Outras Informações

Dúvidas a respeito da aplicação desta Política e da adequação de qualquer conduta relativa a dados pessoais deverão ser enviadas para o e-mail
doutores@doutoresdaalegria.org.br

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