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Dados da pandemia e nossos egos em análise

17 de março de 2021
Tempo de leitura: 2 minutos

Bruno Tavares

Comunicador, companheiro da Marília e tutor do Dorival. Atua na Doutores da Alegria desde 2017.

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Eu nunca passei por aqui e por isso acho importante compartilhar com vocês que trabalho na área de comunicação da Doutores da Alegria (sim, conjugamos no feminino). Minha especialidade dentro da Associação é a de analisar dados e pensar em estratégias nessa área.

Adoro dados. Analiso números como forma de me inspirar ou me antecipar para algo que possa usar em meu trabalho. Contudo, nesse último ano, a relação com os números tem me levado para um lugar de reflexão e pesar.

Você já se perguntou quantas pessoas morrem no Brasil em um ano? Pois bem, em 2018 morreram 1.279.948. Se dividirmos esse valor por 365 dias, temos cerca de 3.506 mortes diárias no país. Hoje, 16 de março de 2021, quando escrevi esse texto, 2.841 pessoas morreram de Covid no Brasil.

Numa análise rasa, poderíamos dizer que hoje houve um aumento diário nas mortes de 81% em relação a 2018. Isso porque, há três anos, não existia Covid. Ou seja, para cada dez pessoas que morreram em 2018, você adiciona oito pessoas nessa conta infeliz.

Eu sei que em uma apuração estatística mais refinada seria preciso comparar outros dados para eliminar incongruências e reconheço também que tratar a morte apenas como um dado é insensível, mas o que busco aqui é propor uma reflexão.

A taxa de transmissão da Covid no Brasil, hoje, é de 1,23. Isso significa que 100 pessoas com Covid transmitem a doença para outras 123 pessoas. Como muitos casos são assintomáticos, você já parou para pensar no tanto de pessoas que disseminaram o vírus sem perceber?

Há exatamente um ano, a Doutores da Alegria teve que se afastar dos hospitais e começamos a desenvolver projetos digitais para não deixar de atender nosso público prioritário, as crianças e adolescentes internados, além, claro, dos acompanhantes e de toda equipe de saúde.

Nesse período, criamos 12 diferentes projetos digitais, fizemos uma live de 7 horas com transmissão pela TV e internet e conseguimos alcançar mais de 13 milhões de pessoas com essas ações.

E aí chegamos a um ponto que, ao analisar os dados, meu coração aperta. Baseado na taxa de mortalidade da Covid no Brasil, é triste, muito triste imaginar que das 13 milhões de pessoas que tiveram a oportunidade de rir e se emocionar com nossos vídeos, mais de 17 mil pessoas vieram a falecer (estatisticamente falando).

Não tenho nenhuma pretensão de dizer o que você deveria fazer, mas proponho uma única reflexão: o que estamos vivendo atualmente não é apenas sobre nós, é sobre família, amigos, desconhecidos, uma sociedade inteira, é sobre a existência em comunidade.

Precisamos parar de colocar o vírus sob a ótica pessoal. Esse é um momento de respeitar os alertas e medidas sanitárias como forma de cuidar do outro.

Precisamos agir com empatia ao próximo e nos forçarmos a deixar nosso ego em isolamento.

* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da organização Doutores da Alegria

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Bruno Tavares

Comunicador, companheiro da Marília e tutor do Dorival. Atua na Doutores da Alegria desde 2017.


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Quarentena, Sobre Doutores

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análise de dados, comunicação, COVID-19, dados, empatia, pandemia, transmissão do vírus

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