Quatro dias percorrendo quatro hospitais sob o sol de mais de 30 graus do Recife. Fantasias a postos, marchinhas na ponta da língua, muita alegria para espalhar. Pernambuco tem o carnaval como uma grande festa popular: cada canto da cidade respira marchinhas, sambinhas e claro, muito frevo. A ideia de levar os festejos para dentro dos hospitais é uma forma de celebrar o momento com quem não pode estar nas ruas por motivos de saúde. E a gente faz tudo como manda a tradição!
Pra quem participa pela primeira vez, é uma grande expectativa. De longe se escuta a batida do bumbo que vem chegando de mansinho pelos corredores. As crianças, fantasiadas, se agitam, correm para fora dos quartos. Outras pedem ajuda às enfermeiras para que as levem ao encontro do bloco. Ao bumbo se unem o cavaquinho e os clarins improvisados pelos palhaços, que fazem coro entoando o hino do bloco: Ai! Ai, ai ai, meu miolinho é mole, ai!
O cortejo de palhaços percorre a ala pediátrica pedindo passagem com o estandarte do “bloco mais bobinho do mundo” e arrasta uma multidão que canta junto pérolas de carnaval como “Mamãe eu quero”, “Mulata bossa nova”, “Quem roubou minha cueca” e outras composições próprias como “Palito marchinha”. De sua cadeira de rodas, um garoto, incomodado com o fato de os palhaços estarem cantando baixo (às vezes, ao passar por algumas alas, é preciso baixar a voz), falava para a enfermeira que o conduzia: “Eu não gosto quando eles cantam baixo. Tem que cantar mais alto! Vamos cantar, liberdade!”
Veja abaixo trechos do Miolinho no hospital:
E apesar das semelhanças, cada hospital tem o seu próprio jeito de receber o bloco e festejar o carnaval. No Hospital Barão de Lucena fomos recebidos pelo Bloco “Jabalu saiu do lago”, no Hospital Oswaldo Cruz encontramos os corredores enfeitados com temas carnavalescos. Veja aqui as fotos do carnaval nos hospitais.
A nossa próxima parada é dia 7 de fevereiro, na saída do Bloco do Miolo Mole nas ruas do Recife Antigo. É hora de fazer carnaval na rua! Até!
[Atualizado: Veja como foi o carnaval nos hospitais do Rio de Janeiro com o Bloco da Seringa Solta]