O impacto do trabalho realizado pela associação Doutores da Alegria ano passado já pode ser consultado no Balanço 2018.
Como de costume, a publicação, com projeto gráfico de Tadeu Costa, traz a descrição dos projetos concretizados durante o ano, o resultado das ações e a aplicação dos recursos. Além da prestação de contas, há três importantes pesquisas realizadas pela organização e que são compartilhadas com o público – a avaliação do Programa de Formação de Palhaço para Jovens, do Plateias Hospitalares e do projeto-piloto no Hospital M’boi Mirim, em São Paulo – e uma avaliação da imagem do Doutores da Alegria junto à sociedade após processo de reposicionamento na estrutura de gestão.
“Estar à frente de uma das organizações mais reconhecidas em nosso país traz uma responsabilidade enorme. A associação Doutores da Alegria se mantém como um legado potente que demonstra como a sociedade organizada é capaz de gerar bons exemplos e influenciar políticas públicas” Luis Vieira da Rocha, diretor-presidente
Impacto expressivo
Entre os números apresentados, destaque para as mais de 200 mil intervenções artísticas realizadas para crianças hospitalizadas, acompanhantes e profissionais de saúde em doze unidades de saúde pública atendidas – oito em São Paulo e quatro no Recife. Ao todo, cerca de 57 mil crianças foram impactadas.
Ainda em São Paulo, mobilizações especiais como Bloco do Riso Frouxo, São Joãozinho e Palhaçada Natalina reuniram 8,3 mil pessoas, com itinerância pelos hospitais atendidos. Já os 15 anos de intensa atividade na capital pernambucana foram celebrados por mais de 4 mil pessoas que participaram do Bloco do Miolo Mole e presenciaram os cortejos de São Joãozinho e do Auto de Natal. A cidade também recebeu a exposição “A Máscara do Palhaço Inserida no Ambiente Hospitalar”, relembrando momentos marcantes dos besteirologistas recifenses.
Por fim, no Rio de Janeiro, 13 mil pessoas assistiram apresentações de artistas selecionados pelo projeto Plateias Hospitalares, em seis hospitais públicos. Sob curadoria dos Doutores da Alegria, artistas locais transformam o espaço do hospital em palco para música, artes cênicas, poesia e contação de histórias. Desta vez, foram 77 espetáculos de 18 grupos e companhias.
+ Clique aqui para ler o Balanço 2018
Novos modelos de atuação
Pela primeira vez trajetória da associação, os palhaços passaram a visitar uma ala hospitalar composta por adultos: a Clínica Médica Adulta do Hospital Universitário da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo. A iniciativa reforçou a parceria de quase uma década com o hospital, que tem sofrido com tentativas e ameaças de desmonte.
No Hospital do M’Boi Mirim, na zona sul paulistana, a organização consolidou no último ano a implantação de um modelo de atuação com várias atividades estratégicas, desde planejamento em parceria com a gestão do hospital e formação de lideranças para exercitar a prática humanização, até formação para artistas e apresentação de artistas da região, estimulando a relação entre arte, saúde e comunidade.
Formação e repertório
Já incluído entre os clássicos do repertório do grupo, o infantil “Numvaiduê”, com direção de Gustavo Kurlat, levou 2,6 mil pessoas ao Teatro Eva Herz e outras 5,9 mil às sessões realizadas no edital de circulação do ProAC, em todo estado de São Paulo.
Em paralelo, dando sequência ao trabalho referencial de formação da Escola Doutores da Alegria, o Programa de Formação de Palhaço para Jovens apresentou “O Que Dizer de Tudo Isso: Ou…”, espetáculo de sua 7ª turma, no Teatro Fecap e nas comunidades onde os 22 alunos residem, na capital e Grande São Paulo. As sessões reuniram mais de 2 mil pessoas.
Por meio de pesquisa realizada em parceria com o Instituto para Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), a associação também aproveitou a oportunidade para mensurar o impacto do projeto. A partir da metodologia SROI (Social Return On Investment), a análise constatou que a cada R$ 1 investido no programa, R$ 2,61 são gerados em benefícios sociais.
Aplicação dos recursos
Gratuito para os hospitais, o trabalho do Doutores é mantido por recursos financeiros gerados por meio de patrocínio, doações de empresas e pessoas e por meio de atividades que geram recursos, como palestras e parcerias com empresas.
Em 2018, a associação arrecadou R$ 8,9 milhões, sendo 74,3% deste montante por meio de doações de empresas por lei de incentivo, 9% por meio de produtos, serviços e cursos. O restante dividiu-se em parceria com cartões de crédito (5,4%) doações de pessoas físicas (3%), doações de pessoas físicas por leis de incentivo (3%), doações de empresas sem leis de incentivo (2%), campanhas de marketing e licenciamento (2,5%).
Confira aqui o Balanço 2018 na íntegra.