Mãe e bebê devem permanecer juntos desde o nascimento até a alta. Essa é a recomendação do Ministério da Saúde, que reforça a importância do alojamento conjunto nos hospitais.
O alojamento conjunto é o local para onde mãe e bebê são direcionados após o parto. No local devem estar profissionais de enfermagem, pediatria e obstetrícia. A medida vale para bebês e mães que não precisam de atendimentos mais específicos ou atenção especial.
Na portaria publicada em outubro do ano passado, o Ministério define as diretrizes para atenção integral e humanizada à mulher e ao recém-nascido. Nas regras anteriores, de 1993, faltavam especificações. Entre os benefícios do alojamento conjunto estão o estreitamento do vínculo afetivo, o estímulo à amamentação, o autocuidado e a diminuição do risco de infecções. Clique aqui para ver toda a publicação.
Os palhaços também passam por lá
Nos hospitais atendidos por Doutores da Alegria, os palhaços interagem com as mães e seus bebês, atuando para fortalecer o vínculo entre eles, mesmo nas UTIs. É neste período, segundo profissionais e pesquisadores, que os laços afetivos se formam – uma ligação carinhosa traduzida sob a forma de segurar, olhar, beijar e acariciar o bebê.
Como era antes do alojamento conjunto?
Há pouco mais de 200 anos, os hospitais tinham uma importância insignificante para a sociedade. A maioria das enfermidades era tratada em casa e estar em um hospital era sinônimo de insanidade, epidemia ou acidente.
Alguns poucos hospitais ofereciam leitos para gestantes, mas não dispunham de lugar especial para os recém-nascidos. As mulheres davam à luz em casa, com ajuda de parteiras, geralmente rodeadas de parentes e amigos. Assim que nasciam, os bebês recebiam o calor do corpo da mãe, assim como o leite materno.
Nos anos 1900, aqueles hospitais que recebiam gestantes passaram a ser dotados de enfermarias próprias para recém-nascidos – os berçários – que seguiam normas rígidas de isolamento em função das altas taxas de mortalidade infantil, principalmente por epidemias de diarreia, doenças respiratórias e infecções.
A ideia de manter mãe e bebê juntos nos hospitais e estimular o aleitamento materno nasceu na década de 50, quando a psiquiatra infantil Edith Jackson criou o “projeto alojamento conjunto” no Grace New Haven Hospital, Estados Unidos. Ela conseguiu demonstrar, entre outras coisas, que os recém-nascidos que estavam com suas mães choravam menos e que a presença de outras mães no mesmo ambiente estimulava a troca de informação.
Aqui no Brasil, até o início dos anos 70, ninguém pensava em manter mães e bebês juntos no mesmo ambiente. No início dos anos 80, surgiram recomendações da Organização Mundial da Saúde, do Ministério da Saúde e do UNICEF sobre o tema e houve uma extensa campanha de incentivo ao aleitamento materno.
Em 82, aconteceu o I Encontro sobre Alojamento Conjunto, reunindo especialistas, obstetras, pediatras e administradores de maternidades de todo o Brasil. O Ministério da Saúde finalmente estabeleceu a obrigatoriedade do sistema de alojamento conjunto em todo o país e, desde então, a maioria dos hospitais brasileiros vem se adaptando à lei.
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