No mês de julho recebemos a visita internacional da Dra. Tomate. Colombiana de nascença e espanhola de residência, Natália – seu nome verdadeiro – é estudante de Medicina e experimenta o palhaço há algum tempo.
Em suas férias ela veio ao Brasil para conhecer o trabalho dos Doutores da Alegria e acompanhou as visitas no Instituto da Criança e no Hospital Santa Marcelina, em São Paulo, e no IMIP, no Recife.
O melhor é que ninguém entendia o que ela falava – inclusive nós, besteirologistas, que ficávamos perdidos!, contou o Dr. Charlito, E algumas pessoas, quando ouviram ela falar daquele jeito enrolado, perguntaram se era parente daquela cantora colombiana, a Shakira.
E para provar que ela falava enrolado, ele anotou algumas frases. Alguém aí sabe o significado?
– Hola, todo bien? Soy el Dra. Tomate.
– No tengo pareja.
– Yo soy de Colombia, y usted, donde?
Entrar no hospital em trio é bem diferente de entrar em dupla. No trio temos que ter mais paciência e muitas vezes esperar e, em algumas situações, ficar de fora para que o jogo aconteça, contou o Dr. De Dérson, que atua no Instituto da Criança.
Todos de antenas ligadas e lá vamos nós…
Um bom caldo
Logo na recepção do Instituto da Criança a Dra. Tomate se apresentou falando em espanhol. Dr. De Dérson tentava entender e Dr. Sandoval tentava traduzir. Uma farofa de línguas e sotaques!
Em um dos corredores ela propôs um exame utilizando um livro mágico. Na desenvoltura no exame com o livro a Tomate já cativou as pessoas e deu pra perceber que esse trio daria um bom caldo… De tomate! E no Pronto Socorro o caldo engrossou: todos estavam curiosos pra saber quem era a nova palhaça!
Quem é essa? Essa é nova? Aí como ela é linda! Que bicho feio!
Feito música
Fizemos um teste de nacionalidade musical. Fizemos o porta soro de microfone e soltamos a língua cantando em francês, italiano, japonês… Mas foi com o La Bamba que a Dra. Tomate engrenou, soltando a sua voz repleta de nuances e sotaques espanhois-colombianos.
Engraçado como a linguagem do palhaço permite que nos comuniquemos claramente, como na música através da partitura!
A dor suspensa
A visita da Dra. Tomate deu um belo molho no IMIP. Ficamos boquiabertos quando o jovem D. levantou do leito e pediu que a ela o acompanhasse em sua dança. E os dois dançaram pra valer! A mãe do menino também se surpreendeu. Mas que doutora é essa que arrancou essa disposição toda do menino?
Pois é, a Tomate é tudo isso e mais um pouco, contou a Dra Mary Enn, Com uma bela escuta e um olhar de verdadeira antena parabolica, ela entrou no jogo conosco de forma tão justa que parecia que nos conhecíamos há muito tempo!.
Numa outra enfermaria a Tomate mostrou que também entende o quanto devemos ir na graça ou apenas não fazer nada. O menino estava chorando, com dor, e ela sacou o instrumento e começou a cantar. Sua voz, doce e boa de ouvir, embalou a dor do pequeno paciente e eis que de repente ficamos rodos na suspensão, suspensão de um momento bonito, suspensão do momento criativo. E ufa, demos suspensão à dor!