A Psicologia pode realmente tornar as pessoas mais felizes?
Foi com essa pulga atrás da orelha que um professor investiu em muita pesquisa e fundou, no ano 2000, o campo da Psicologia Positiva, que promove o estudo e o impacto das emoções positivas e dos diferentes tipos de felicidade na experiência humana.
O dr. Martin Seligman dirige o pioneiro Centro de Psicologia Positiva da Universidade da Pensilvânia (EUA), dedicado ao desenvolvimento de ferramentas clínicas e à formação da próxima geração de psicólogos positivos.
Em um de seus estudos, Seligman e sua equipe buscaram saber como alguém poderia obter satisfação em sua vida, espantando a infelicidade e o vazio. Para isso, fracionaram o conceito de felicidade por acreditar que ela vai além das emoções puramente positivas.
Vida agradável
Regada somente a prazeres momentâneos e emoções positivas que vêm e vão rápido, como comer um chocolate ou assistir televisão.
Vida boa
Envolve atividades como o trabalho, o amor e a criação de filhos.
Vida com significado
Saber seus pontos mais fortes e utilizá-los a favor de algo maior que você, altruísmo.
Após uma série de pesquisas com milhares de pessoas e evidências sólidas, descobriram que a vida mais satisfeita – ou plena – é aquela que envolve as três esferas acima, de forma integrada e harmoniosa. A vida com significado é a que contribui mais fortemente para a felicidade, seguida da vida boa. A vida agradável não tem quase nenhum efeito sobre os índices de satisfação com a vida, mas ela se torna a cereja do bolo quando se tem as outras duas dimensões.
No vídeo abaixo, que traz uma palestra sua no TED em 2004, ele explica melhor o estudo:
No livro Felicidade autêntica – usando a psicologia positiva para a realização permanente, Seligman aborda o estudo e propõe alguns exercícios para alcançar a vida plena:
– aumentar a durabilidade dos prazeres e das emoções que se vão rápido (por exemplo, permitindo-se comer um chocolate por dia e desfrutá-lo com calma);
– desenvolver nossas virtudes e forças pessoais a fim de produzirem gratificação, e, portanto, felicidade autêntica (como recriar seu trabalho e aproximá-lo de uma vocação);
– buscar algo maior que nós mesmos.
Quem bota fé? A felicidade tem uma receita?
O interessante é notar que este campo da Psicologia se dedica a tornar a vida de pessoas comuns mais gratificante. O Centro de Psicologia Positiva e o dr. Martin Seligman continuam com diversas pesquisas e testes abertos (em inglês) no site www.authentichappiness.sas.upenn.edu.