Festa na UTI? Sim, com bexigas coloridas, guirlandas, fotos, desenhos e enfeites de princesas nas paredes da baia onde fica a pequena B., quase a completar cinco anos de idade. Toda a equipe de médicos, enfermeiras e fisioterapeutas se reuniu, no momento da visita das duas besteirologistas, que ajudaram na algazarra.
A mãe da garota nunca deixou a peteca cair totalmente.
B. chegou ao hospital com uma hepatite fulminante que a levou a um transplante. A mãe e toda a família acompanharam com muita garra a luta da menina pela vida, que ficou em estado grave muitas vezes.
Quando precisou ficar em isolamento, a garota não perdeu o contato com as besteirologistas Xaveco e Emily. Através do vidro, elas faziam serenatas e provocavam os pai e avós, o que fazia com que ela desse algumas risadas, fortalecendo o vínculo entre elas. Emily mandava-lhe mensagens por meio de desenhos que fazia no vidro com canetas especiais.
Enquanto desenhava e a B. se divertia, a Xaveco dava cobertura, pois já haviam levado bronca por causa dessa travessura de desenhar no vidro! Mas o risco sempre valia a pena… E de tanto teimar, algumas profissionais do andar resolveram dar permissão para essa travessura continuar acontecendo!
Hoje, fora da UTI, a menina já caminha pelos corredores. Em uma das visitas, as besteirologistas chegaram bem na hora da briga do banho. Ela se recusava e estava muito brava! Mas foi acalmando ao ouvir a música “Tô aqui tomando banho” cantada pelas palhaças. Bolhas de sabão ajudavam a compor a música. Sua mãe, que não é boba, aproveitou o momento e foi paramentando a menina para o banho, colocando plástico em tudo que não podia molhar. Quando a serenata acabou, ela estava prontinha!
Uma alegria poder dizer isso: B.já está brigando, contestando e, principalmente, o som da sua risada está mais alto!
Dra. Xaveco Fritza (Val de Carvalho)
Instituto da Criança – São Paulo