Santificada seja a nossa alegria!
Os santos juninos habitam o imaginário do povo nordestino junto com o arrasta-pé, as bandeirinhas, os balões e as fogueiras. Pensando em cultivar essa alegria junina, no ritmo dos festejos, incluímos mais um “santo”, ou melhor, uma “santa”: a Santa Casa de Misericórdia, que nos recebeu em junho para uma festança, com suas músicas, seu clima e sotaque próprio para um hospital que não atende crianças.
Essa era inicialmente a informação que nos foi passada, mas o que percebemos foi exatamente o contrário: lá tem criança sim, pois crianças podemos ser a vida inteira. O palhaço tem o poder de olhar nos olhos e ver a criança que está por trás das marcas da idade estampadas nos rostos que encontramos nos corredores e enfermarias.
E por trás de cada olhar percebemos que a fogueira de tempos passados continuava acesa no brilho dos olhos de cada uma daquelas “velhas crianças”, a idade apenas aflorava a nostalgia de outros festejos juninos vividos, algumas vezes num grande sorriso, outras em alegrias de saudade e, ainda, num misto de saudade e alegria pelo reencontro com o que passou, com a incerteza, com a criança interior e com a criança refletida no olhar do palhaço.
À Santa Casa, nosso muito obrigado pela oportunidade de compartilhar nossa santa alegria no meio de tantos santos.
Marcelino Dias (Dr. Micolino)