A aproximação entre o universo hospitalar e o campo artístico caminha a passos largos. Parte da ideia de que o corpo humano busca saúde absorvendo diversos estímulos sensoriais.
O palhaço, com sua linguagem própria, é nossa primeira referência. Há 25 anos sabemos que sua atuação reflete na saúde das crianças e na qualidade das relações dentro do hospital.
Mas também já falamos aqui sobre o Chelsea and Westminster Hospital (o hospital museu, com diversas obras de arte) e sobre a organização Vital Arts, que reúne artistas para pintarem hospitais.
Listamos abaixo algumas outras experiências que aconteceram recentemente e ilustram essa aproximação:
Novos ares
O Instituto da Criança, em São Paulo, recebeu mais de cem reproduções de obras do artista plástico Gustavo Rosa. A ala de diálise do hospital ficou repleta de quadros, em tamanhos grandes, que enchem o olhar de crianças, acompanhantes e profissionais de saúde.
“Todos os dias as crianças comentam algo novo que descobriram nas paredes do hospital! Agora temos um andar colorido e divertido, de onde não param de sair piadas e brincadeiras. E nem preciso dizer que adoramos isso!”, conta Juliana Gontijo, atriz do Doutores da Alegria.
Dou-lhe três…
O Hospital do Mandaqui, em São Paulo, recebeu um leilão de quadros de Mateus Alves, paciente da UTI. Ele pintou, com a boca, os palhaços do Doutores da Alegria. Ele vem aprimorando sua técnica com aulas de pintura oferecidas voluntariamente pelo professor Paulo Ferrari.
Nem só bebês nascem nos hospitais
No Rio de Janeiro, espetáculos nascem nos hospitais. E só depois vão para os palcos – com os artistas e companhias que atuam no projeto Plateias Hospitalares.
Um belo exemplo é “GameShow”, criado pelo grupo Conexão do Bem especialmente para o Hospital Santa Maria, onde pessoas que tratam de tuberculose ficam afastadas em alas de um prédio alto. O espetáculo tem a estrutura de um programa de auditório, no qual a plateia é convidada a participar ativamente, e o desenrolar das cenas e seus desfechos dependem da participação dos pacientes.
Veja outros espetáculos que nasceram nos hospitais.
Ala cultural
As alas do antigo hospital Vila Anglo Brasileira (1955-90), em São Paulo, deram vida a um espaço cultural. Comprado e reformado recentemente, o local virou sala de ensaio, de criação e palco para apresentações diversas.
“A reforma, porém, não escondeu o histórico do prédio. Os cômodos, alguns com parte dos tijolos aparentes, guardam a cara do antigo hospital, com luzes da sala de cirurgia e alguns objetos antigos (como jarras de medicamentos) expostos”, traz a reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
Que outras aproximações entre arte e saúde seriam possíveis? Seguimos descobrindo.