Em 25 anos atuando no dia a dia dos hospitais, colecionamos histórias que evidenciam que a arte do palhaço promove memórias que atravessam o período de internação. Em cada encontro, aprendemos que o lugar da arte pode ser grandão ou pequenino.
Pode estar em uma música tocada no momento certo, em uma gargalhada no começo do plantão, em uma troca de olhares entre mãe e filho. E até no simples observar de uma nova relação, trazida à tona pela permanência no hospital, como nesta história contada por Sueli Andrade, mais conhecida como Greta Garboreta.
“O R. e o J. passaram um bom tempo juntos no quarto 306. Seus pais contaram que, nesse período, compartilharam tantas ideias, conversas, partidas de videogame e histórias que viraram amigos de fé. No dia em que o R. recebeu alta, mal conseguimos intervir, porque tanto R. como J. choravam compulsivamente. E ainda que morassem no mesmo bairro e seus pais houvessem prometido que os levariam para visitar um ao outro, nenhum deles se conformava com a separação. O hospital acabou sendo palco de uma convivência ímpar.”