A palavra recordar tem a seguinte origem: re quer dizer “de novo” e cordar vem da palavra “coração” em latim (cor, cordis), então, recordar significa “passar de novo pelo coração”. Dos mais variados diagnósticos que fizemos (pum preso, riso frouxo, caspa no joelho, etc), dois se destacaram em 2014: o vírus rebola e a bronquite braba.
O vírus rebola
O primeiro trata-se de um vírus que nós, besteirologistas, acreditamos ser originário da África. Mas, seria de se esperar! Imagine só aquele povo dançando toda aquela dança envolvente e contagiante! Lindo, né? Pois é, é contágio na certa!
E foi o que a gente viu aqui no hospital! O mais surpreendente era que os contagiados pelo vírus rebola não eram só os nossos pequenos pacientes – a penca de funcionários, entre enfermeiras, técnicos de enfermagem e médicos era grande.
O procedimento para diagnosticar era um pouco delicado, mas bastante eficaz. A gente tocava uma música que dizia:
“Joga pra direita, joga pra esquerda
Joga pra direita, joga pra esquerda!
Rebola! Rebola! Rebola! Rebola!”
Tinham uns que já manifestavam o vírus rapidamente, porém, como a destreza era grande e a sem-vergonhice maior ainda, eles já tinham desenvolvido anticorpos para o vírus, pois estavam com jogo de cintura.
A bronquite braba
Agora, a bronquite braba é coisa séria! Tão séria que de tão séria a pessoa fica numa brabeza tão grande, que quando vê um besteirologista em sua frente dá logo aquela bronca. É grito pra um lado, é grito pro outro, susto também. Durante todo o ano, analisamos muitos casos.
Teve até um dia em que a gente foi vítima de uma senhora que transitava pelos corredores. Bastou que ela visse a gente e ela já foi soltando tudo – só não soltou os cachorros porque ela não estava com eles.
É, a gente tem uma coleção de casos. E quando eles terminam em risada, vale bem a pena recordar.
Dra Baju (Juliana de Almeida)
Hospital Oswaldo Cruz/Procape – Recife