Quem acorda pela manhã e diz: “Hoje vou passear no hospital!”?
Acho que ninguém, né? Por melhor que seja o hospital, não dá vontade de ir. Imagina agora uma criança passar dois, três, sete dias dentro de um hospital sem seus brinquedos, sem seus amigos, irmãos, parentes… Enfim, saindo da rotina, tomando remédios amargos, injeções e soro… Nada tentador!
Onde eu quero chegar com tudo isso? Calma, já vou explicar! Em um belo dia estávamos pegando as informações do dia no Hospital do Mandaqui quando avistamos a D., e ali mesmo, no corredor, já começamos os exames besteirológicos. Nenhum pum encravado, nem miolo mole, nem chulé seco. Tudo normal.
Continuamos nosso dia de trabalho… E quem encontramos novamente? A D. virou nossa “sombra”, seguiu a gente pra tudo que é canto! Até tentei dar alta pra ela, mas foi em vão, por incrível que pareça ela não queria ir embora!
Voltamos no outro dia e ficamos sabendo que ela tinha feito um desenho nosso. O mais surpreendente veio a seguir: sabe por que ela fez o desenho? Porque perguntaram pra ela: “o que tem de bom por aqui?”. E para a nossa alegria, D. nos presenteou com sua obra de arte. Perguntinha porreta essa, que me fez ficar pensando, e essa pequena história, esse pequeno encontro, dentre tantos outros, é o que tem de bom por aqui…
Dr. Dus’Cuais (Henrique Rimoli)
Hospital do Mandaqui – São Paulo