Ser palhaço nada mais é
Que desafiar a si mesmo
Não desviar o olhar
Cair sem se machucar, será?
Mas às vezes por trás
Desse pequeno nariz vermelho
Existe dor, desespero, lágrimas, perdas
Difícil de encarar e maquiar vendo seus olhos no espelho
O ser humano que veste essa armadura
Também perde, ama, muitas vezes chora
Vem, fica, trabalha, puxa as risadas
Mesmo quando a vontade é ir embora
A cada risada arrancada por seu talento
Das pequenas e grandes bocas
Vem a redenção de aliviar a dor do mundo
E aos poucos se salvando do seu próprio sofrimento
Tenho a melhor e a mais difícil
Profissão desse mundo, eu sou palhaço
Que jamais caminha pelo raso da razão
Mas pelas profundezas que cada ser humano tem e esconde no coração.