Dia desses chegou um convite para que participássemos do 2º Congreso de Payasos Hospitalarios em Cali, na Colômbia, organizado pela CaliClown. Quem representou a gente foi o Raul Figueiredo, ator, palhaço e tutor do programa Palhaços em Rede.
Além de participar das palestras, ele ministrou uma oficina para mais de vinte pessoas – e tudo em espanhol! Acompanhe o diário de viagem do Raul:
“Assim que cheguei ao congresso, acompanhei as apresentações de Tsour Shriqui, do Dream Doctors de Israel, e de Wendy Ramos, do Bolaroja do Peru. Johana Barreneche, ex-aluna da Escola dos Doutores da Alegria, fez uma tese sobre o nosso trabalho e a apresentou no primeiro dia do congresso. Também tive boas conversas com Moshe Cohen (EUA), Luis Silva (Clown em Vie – Suíça), Magdalena Dragicevic (Clown Celula Roja – Chile e Equador), Juan Carlos Salazar (Titiriclaun Fundación Com-tacto – Colômbia) e com Ilana Levy (CaliClown – Colômbia).
No sábado e no domingo ministrei a oficina de palhaço para hospital. O lugar era uma antiga casa reformada. Um espaço cultural onde à noite estava acontecendo um festival de cinema. Muito bacana!
Na oficina haviam 24 pessoas, sendo cinco alunos de Medicina, dos quais quatro nunca tinham tido nenhum contato com teatro ou palhaço! Por outro lado havia palhaços com muitos anos de atuação em hospital. Assim, optei por exercícios que dialogassem com esse público tão diversificado. Mesclei as dinâmicas com os comentários sobre o palhaço e a atuação em hospital, criando os links para que pudessem entender a transposição do que fazemos em sala de aula para o atendimento.
Após um exercício, um aluno desabafou:
– Eu sempre entrei para ganhar, todas as outras oficinas falavam isso. Essa é a primeira vez que eu perco o jogo, mas entendi que a plateia ganhou com isso, se divertiam quando eu me equivocava.
Tivemos uma boa conversa após o improviso com objetos: o que precisamos de fato para a nossa atuação no hospital?Apresentei a música “Chapéu tem 3 pontas” e perguntei se eles tinham algo parecido. Uma das alunas cantou “Mi barba tiene 3 pelos” e criei na hora uma coreografia para brincar com ela trabalhando: memória, escuta, percepção e constrangimento.
No segundo dia estavam mais atentos, mais rápidos e precisos, com o corpo dilatado, tônus e olhar aceso. Falamos sobre maquiagem e figurino para hospital, sobre a autoridade, as competências, como o palhaço trabalha as suas habilidades, citei alguns palhaços que se esforçavam em fazer direito e como isso era engraçado, gostamos de torcer pelos mais fracos.
Todos foram muito generosos nos comentários e agradecimentos. Esperam que voltemos no próximo encontro. Muitos disseram que o conteúdo da oficina serve para além do palhaço, que utilizarão no seu trabalho e na vida!
Obrigado pela oportunidade e nos vemos em uma próxima! HASTA LUEGO!!”
O Raul também ministra oficinas na Escola dos Doutores da Alegria, em São Paulo. Quer saber mais? Escreva nos comentários do Blog ou envie um e-mail para doutores@doutoresdaalegria.org.br.