Já parou pra ver o número de feriados que teremos neste ano? Pois é. Acontece que a maioria dos feriados são dias normais de trabalho para os Doutores da Alegria. Afinal de contas, o hospital não para.
E toda vez que os profissionais de saúde nos encontram pelos corredores em pleno feriado, nos perguntam com certa surpresa esperada:
– Vocês por aqui?
– Sim! Hoje não é segunda?, respondemos.
– Sim, mas é feriado!
– Mas é segunda!
– Mas é feriado!, retrucam.
– Então eu posso ir embora?
– Não deveria nem ter vindo!, riem da nossa idiotice.
– E você veio por quê?
A partir desta pergunta as respostas são variadas. “Porque eu trabalho aqui!”. “Porque estou na escala”. “Porque não vou me aposentar nunca”. “Porque eu deveria ter estudado mais”. Enfim. Mas no feriado o hospital é diferente da sua rotina habitual. Parece mais tranquilo e menos barulhento, porém mais tedioso para quem é paciente.
Nesta mesma segunda-feira entramos em um quarto onde havia a mãe, o pai e a pequena Julia. Nos apresentamos como besteirologistas que somos e, papo vai, papo vem, os pais nos perguntaram:
– Vocês trabalham hoje também?
– Sim! Hoje não é segunda?, repetimos a indagação.
– Sim, mas é feriado!
– Mas é segunda!
– Mas é feriado, ninguém trabalha no feriado!, retruca o pai.
E a pequena Julia atravessa a discussão:
– Eles vieram brincar comigo!
– Exatamente!, confirmamos.
Julia entendeu tudinho. Depois dessa, fomos fazer o que há de melhor pra se fazer em um feriado no hospital: brincamos juntos.