A semana começou pra lá de profunda! Logo na segunda-feira tivemos uma palestra em nossa sede com o filósofo e amigo Emílio Terron, que trouxe uma abordagem bastante especial sobre aspectos que norteiam a felicidade.
Ele partiu da definição de intuição e de tempo de Henri Bergson (1859 – 1941). Segundo ele, toda vez que recebemos um estímulo do ambiente, recorremos à nossa memória, que nos fornece subsídios para tomar uma ação naquele momento. Esse processo, automático, garante a nossa sobrevivência e a continuidade da vida. O que Bergson procurou estimular é justamente um contraponto a esse modo automático. “Se ao recebermos o estímulo, alongarmos o tempo de resposta, explorando a memória, podemos encontrar novas zonas do pensamento e sabotar esse automatismo, se desprendendo de crenças que, muitas vezes, reduzem a nossa percepção do mundo.”, contou Terron.
Assim, a intuição seria esse movimento que nos autoriza a entrar em novas zonas do pensamento, a experimentar o novo. “A intuição lida com algo que estava adormecido em nós. Quando você intui, você cria uma ficção.”, afirmou o filósofo. Ele deu o exemplo das brincadeiras que os palhaços dos Doutores da Alegria fazem no hospital, explorando outras realidades, quebrando a fronteira do olhar. Neste sentido, Emilio falou sobre a importância de estimular a ficção, uma vez que a vida não pode se reduzir somente à inteligência.
“A vida não pode ser reduzida à inteligência. É preciso fabular, ultrapassar as barreiras das leis universais, como fazem artistas e suas obras de arte.”, finalizou Emilio, iniciando um debate interessante sobre o tema. O evento contou com interessados no assunto, artistas e professores e alunos da Escola.
A palestra iniciou um ciclo de encontros sobre temas que circundam o trabalho da organização, como alegria, saúde e políticas públicas. Em breve outras palestras serão abertas ao público, sempre na sede paulista. Até a próxima!