Todos os anos, os palhaços e palhaças de Doutores da Alegria vestem uma roupa especial, pegam o gorro do Papai Noel emprestado e desfilam pelos corredores dos hospitais cantando músicas natalinas.
Essa ação, que também acontece em forma de espetáculo, é um dos momentos mais aguardados pelas crianças, seus familiares e pela equipe do hospital.
Neste ano, todos os 20 hospitais parceiros da organização receberam os palhaços da organização e os artistas profissionais do projeto Plateias Hospitalares, com cortejos, muita música e piada pavê e pacomê.
Na cidade carioca, os besteirologistas percorreram os leitos hospitalares com um Especial de Natal no Hospital Getulinho, com direito a paródia da música “A Barata”, do grupo Só Pra Contrariar:
“No natal da sua casa
O que tem na sua ceia que o povo ama?
No natal da sua casa
O que tem na sua ceia que o povo ama?
Diz aí, fulano, o que você vai fazer?
Vou levar o …(panetone)….. Para gente comer
No natal vamos comer o …(panetone)…. dele (a)”
Ainda por lá, o grupo Conexão do Bem percorreu os corredores hospitalares com espetáculo itinerante dentro da temática natalina para pacientes adultos e equipe médica nos hospitais.
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Os artistas do grupo fazem parte do projeto Plateias Hospitalares, que promove arte e cultura em hospitais cariocas.
No Recife Antigo, os besteirologistas encantaram crianças, adolescentes e pessoas adultas com a encenação da história de Maria e José, com as estrelas e animais dando lugar aos palhaços atrapalhados.
A paciente de 9 anos, Lara Jade, está no Hospital Universitário Oswaldo Cruz para fazer tratamento de leucemia. Sua mãe Josélia, moradora de Salgueiro, município de Recife, diz que o Auto de Natal foi uma forma da sua filha esquecer a dor por alguns minutos.
“É bom, principalmente para as crianças, né? Porque eles precisam brincar, precisa ser criança, né? E quando ele chega [palhaço], ela esquecia de tudo. O natal é criança e criança gosta de brincar. Natal é alegria. E a alegria combina com palhaço”, nos contou.
Em São Paulo, os artistas se revezam em grupos para celebrar o Natal nos oito hospitais localizados nas zonas leste, oeste, norte e sul da capital paulista, com cortejo de músicas tradicionais e autorais.
Mudando a rotina da internação de centenas de crianças e adolescentes nas unidades básicas de saúde.
A escriturária da Neonatal do Hospital Santa Marcelina, Luana Pereira da Silva, da capital paulista, disse também que o momento representa alegria.
“[A ação] representa alegria e acalento para as crianças que estão internadas a um longo prazo. E, para os pais, acredito que proporcionam emoções, sorrisos e faz esquecer por um segundo aquele sentimento de angústia e dor pela situação que os filhos estão”.
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Gisele Andrade, mãe de Laila Maia, de apenas 4 anos, está no Hospital Universitário Oswaldo Cruz desde o último dia 15 em decorrência de uma cirurgia.
Até o fechamento deste texto, a mãe ainda não sabia da data de alta da criança, mas ela comentou sobre passar o momento natalino longe de casa:
“É difícil, porque é o primeiro que a gente fica longe de toda a família da gente, de todo o convívio, né? E passar num ambiente assim não é fácil, não. Mas, assim, a gente agradece porque têm pessoas como, por exemplo, os Doutores, que ameniza isso. Deixa assim essa passagem mais suave, né? E a gente se sente acolhido por eles estarem se dedicando a transformar o nosso dia, muito obrigada mesmo”.
