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Leticia Medella (Dra. Matilde)
A nossa máscara é vermelha e no corpo todo ela está.
Nosso corpo é um instrumento, capaz de mundos criar.
O que treina um(a) palhaç@? Uma nova forma de olhar.
Pra quê? Pra onde? Pra qualquer lugar?
Mais importante que a resposta, o melhor é perguntar.
Seus corpos, palavras e habilidades dão forma a esse novo olhar.
E as habilidades, de palhaç@ pra palhaç@, podem variar:
tem @s que mexem as orelhas, envergam os olhos e fazem sons de se admirar.
Tem @s que trocam as palavras, engolem mosca, embolam as pernas e isso é dançar.
Só sei que eu, Matilde, não sabia rimar. E no treino de palhaço eu passei a me aperrear.
Passei a tarde treinando e nem uma rima sequer consegui emplacar.
Até que um dia encontrei Ráh. Seu sorriso soltou minhas rimas e não consigo mais parar.
E não pensem vocês que é só rima no infinitivo.
Rimo com “ando”, “el” e “ó”, agora todo tipo de rima eu cultivo.
A rima é a possibilidade de palavras desencaixotar.
Achar uma palavra que sirva à rima, é brincar de se arriscar
Pois quando a sua hora de rimar vai chegando
todas as palavras da cabeça saem voando.
Mas eu insisti e não quis desistir, pois a rima dá graça às palavras e me faz rir.
Às vezes dá certo, às vezes nem tanto, mas o Ráh me inspira a continuar arriscando.
Palhaç@ só existe em relação. Se não fosse o Ráh, essas rimas não saíam, não.
A Matilde tá no hospital porque precisa.
O hospital exige muita atenção, escuta e pesquisa.
O seu sapato grande tem que ter delicadeza onde pisa.
Mas não só por isso ela está lá.
Os encontros que o hospital promove acabam por dentro dela transformar.
“Transver” o mundo no lugar da brincadeira, onde a bobeira impera e nos faz criar outros caminhos e possibilidades, desse mundo se transformar.
Chamo de mundo não só o vasto, mas aqueles pequenos que criamos dentro de nós.
Uma ação inaugura um mundo quando à imaginação damos voz.
O hospital tem regras como toda instituição e o palhaço tem suas regras também, e uma delas é a subversão.
Sem questionarmos o que estamos acostumados a ver, não há possibilidade de transformação e de crescer.
Ver as coisas pelo prisma do humor não significa ignorar a dor.
O riso é consequência do seu ridículo, “tropeços” e defeitos, pode acontecer ou não.
O que importa não são os efeitos.
Tudo o que importa está na relação, e essa pode ser construída até através de um não.
Tudo vira jogo se assim puder.
Um jogo que participa quem quiser.
O palhaço vai provocar a partir daquilo que você tiver pra dar.
Rimar também cansa, então agora vou parar.
Espero ter contribuído um pouco com esse meu olhar.
Quis compartilhar também minha experiência com o Ráh.
Que tem poderes inimagináveis de fazer rimar mesmo sem nada falar.
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