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Era uma vez, no Hospital Getulinho…

29 de novembro de 2023
Tempo de leitura: 1 minutos

Marcos Camelo (Dr. Totó)

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Ele é um menino pequeno. E dos pequenos, ele parece ser o mais magrinho. E de todos os magrinhos, ele ainda ficou doente. Assim, ele ficou abatido e com a aparência de grande fragilidade. Dito isso, ao vê-lo, nossa opção foi de nos aproximar com muito cuidado. Sussurrávamos mentalmente em uníssono o mantra: “D E L I C A D E Z A”.

Bom, mesmo com uma aproximação estilo pé ante pé de três figuras espalhafatosas e barulhentas, entre ukelelê, pandeiro, graves, médios e agudos, conseguimos causar uma estranheza, que logo se tornou curiosidade, que logo se tornou interesse.

Porém, depois de nos apresentar – isso não é uma tarefa fácil, depois de explicar o que fazemos no hospital – isso não é uma tarefa fácil, a estranheza inicial se transformou em uma estranheza ainda maior.

Nos perguntávamos mentalmente: Ele está com medo? Desconfiado? Entediado?

E, do nada, aquele menino franzino começou a tremer, os olhos começaram a ficar verdes, a respiração mais acelerada e um urro! Uohhhhhh! O pequenino menino se transformou no Incrível Hulk!

Ele tinha nas mãos um livrinho de colorir repleto de imagens de heróis. Ufa, encontramos um caminho! Lancei uma espécie de quiz, um jogo de perguntas e respostas onde meus parceiros competiam com o menino franzino sobre quem tinha maior conhecimento no assunto heróis.

Claro que o resultado foi goleada para a criança. A cada resposta certa e ponto conquistado na competição, ela comemorava com uma energia que não parecia possuir, contrastava com a sua aparente fragilidade inicial.

Daí, para a criança revelar superpoderes com raios imaginários saindo de mãos pequeninas e unhas delicadas virando garras afiadíssimas, foi um pulo. Agora quem sentia medo éramos nós, que ao vermos a transformação de toda aquela energia que se apresentou diante de nós, só nos restou fugir. Bater em retirada!

Ainda tivemos dois encontros com o menino franzino que se transmutava em herói, dinossauro e outras feras perigosas, nos fazendo sempre bater em retirada em meio a urros e raios.

Sempre me impressiona essa capacidade, esse superpoder do brincar que revela uma doce esperança  transgressora com a força inexplicável capaz de unir dois universos: ficção e realidade – geralmente encantando todos os presentes.

É sempre uma aula, macacos me mordam, me sinto o ajudante do super-herói que tem que estar ali, apoiar e aprender.

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