– Doutores, gostaria de começar um projeto parecido com o de vocês aqui na minha cidade! Como fazer?
Ah, essa é uma das perguntas que mais ouvimos! Como cada cidade tem suas características e cada grupo elege os seus significados para a atuação, não existe uma fórmula mágica. Com a experiência que adquirimos em 22 de anos de atividades, podemos listar algumas premissas básicas que podem nortear as pessoas em um primeiro momento.
Aqui no Doutores…
Aqui no Doutores da Alegria somos palhaços profissionais, com formação nesta linguagem e muitos anos de formação e prática dentro e fora dos hospitais. Mas a grande realidade do Brasil – certamente o país em que a ideia de levar o palhaço para o ambiente hospitalar mais se espalhou – é a de grupos voluntários que visitam hospitais, asilos e orfanatos. São engenheiros, professores, pedagogos, estudantes que dedicam uma parte de seu cotidiano a atividades que beneficiam o próximo.
Pra tentar orientar e agregar todo mundo, criamos em 2007 o programa Palhaços em Rede, que visa, por meio de oficinas de orientação e formação e encontros pontuais – reais e virtuais – compartilhar o conhecimento com grupos e indivíduos que queiram atuar em hospitais. (Guarda esse link pra você ver como funciona – e, quem sabe participar da nossa rede!)
Vamos a algumas premissas básicas!
Relação com o hospital
É importante que o hospital como um todo – o corpo clínico, administrativo e hotelaria – saiba de antemão sobre as visitas, que de comum acordo se estabeleçam as áreas a serem visitadas, quais os dias e horários, e que o hospital designe algum profissional para ser o interlocutor com o grupo.
O interlocutor no hospital
Façam um exercício de responder às perguntas:
Quem dialoga com o grupo? Quem fez o convite? Quem selou o acordo?
Quais os dias, itinerários e os horários acertados com o meu interlocutor?
Como se estabelece esta parceria: direitos e deveres de cada parte? Eventualmente: vaga no estacionamento, espaço para o grupo se reunir e se vestir…
O interlocutor deverá apresentar ao grupo os responsáveis por cada ala a ser visitada. Estes responsáveis (enfermeiros, auxiliares, médicos, psicólogos) precisam passar as recomendações e restrições de cada dia.
Todos os integrantes do grupo têm estas informações (estes nomes)?
O hospital precisa receber uma lista com o nome de todos os integrantes do grupo. Façam uma lista de presença no dia com o itinerário, para evitar confusões caso hajam outros grupos de voluntários.
Sugestão do tutor
Raul Figueiredo, palhaço e tutor do Palhaços em Rede, lembra ainda:
Estabeleçam com o hospital um tempo de experiência, algo entre dois e três meses de trabalho, e depois avaliem a continuidade junto ao hospital. Levantem se há outras intervenções no hospital e organizem a agenda para que não haja sobrecarga num dia. É importante evitar o excesso de atividades para as crianças internadas, pois muitas vezes elas precisam de repouso e o silêncio é a melhor pedida.
Seu grupo está nessa fase? Conta aqui pra gente como está sendo todo o processo! Até a próxima!