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Luciano Pontes
Ator, palhaço, escritor, ilustrador e contador de histórias. Atua como Dr. Lui na Doutores da Alegria, em Recife, desde 2003.
São muitos os nomes de gente e de coisas com os quais nos deparamos nos dias de trabalho. Alguns fixam e ficam, outros esquecemos, passam. Mas teve um desses nomes de gente, este mês, que ficou “bulindo” na imaginação, toda vez que encontrávamos a dona dele no hospital.
Era uma pequena nascente de gente, com olhos brilhantes e pele lisinha, que sorria, mas sempre dormia. Sua mãe é quem nos encontrava para umas bobagens.
Desde o nosso primeiro encontro, ao falar o nome da bebê, ele ecoou numa onda de ligações mentais besteirológicas e surgiu uma piada que me fez desmontar de surpresa e rir no impulso. O bom é que a mãe da pequena também se divertiu sorrindo, pois não tem coisa pior que piada sem graça e que não tenha eco de risadas.
Neste relatório, eu escrevo seu nome verdadeiro para que vocês possam compreender melhor do que falamos. Pois vocês sabem que, respeitando as identidades das crianças, sempre alteramos os seus nomes em nossas histórias.
Ao ouvir pela primeira vez o nome ELISA, a piada saiu dos ouvidos, percorreu o labirinto da mente instantânea e criativa e verbalizou sem papas na língua:
– Elisa, é lisa, né?!
Alguns segundos depois de dizer isso, me peguei surpreso com essa distração e caímos na risada, numa explosão recolhida que contagiou a todos.
Dra. Nana, rica de posse nenhuma, vendo a bobagem instaurada, pegou um dinheirão que tinha nos bolsos e deu para a pequena Elisa colocar debaixo da cama para ir juntando. Assim foi e assim seria todas as vezes em que ouvíamos o nome Elisa.
Rir com o outro é sempre mais legal do que rir do outro. Na liberdade do palhaço, há uma sutil compreensão das coisas e das escolhas que devemos respeitar. Por isso também escolhemos com o que brincar e como brincar. Não é garantia de riso frouxo rir do nome dos outros. Aqui nos unia uma relação construída com a mãe da Elisa, que desde sempre embarcou no universo bobo da gente. Por isso, a permissão para o inusitado.
Tem coisas que ficam e outras que passam. Eis que, por obra da Nossa Senhora da Bobagem, este dia ficou. Até o nosso último encontro com a pequena Elisa, todos nos divertimos muito.
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