. O que mudou? – Doutores da Alegria

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O que mudou?

11 de agosto de 2014
Tempo de leitura: 2 minutos

Doutores da Alegria

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Artistas se inscreveram e voltaram neste ano para se apresentar nos hospitais públicos do Rio de Janeiro, junto a outras companhias, pelo projeto Plateias Hospitalares. Prato cheio para os pacientes, que vão assistir a seus incríveis espetáculos, cá ficamos com uma dúvida: o que mudou para estes artistas depois que experimentaram o hospital como palco?

O grupo Os Tapetes Contadores de Histórias se apresentou pela primeira vez em 2011 e não parou mais: os pacientes já viram Cabe na Mala?, Bicho do Mato e, agora, Palavras Andantes. O grupo se utiliza de objetos como tapetes, painéis, malas, aventais, roupas, caixas e livros de pano para compor cenários de contos autorais e populares de origens diversas, a fim de despertar o imaginário de crianças, jovens e adultos para as artes e a leitura.

Warley Goulart, coordenador e contador de histórias do grupo, explica melhor as sensação de se apresentar no hospital:

“Foi uma experiência incrível, impactante, uma que vez que o ambiente hospitalar é orientado pelo sentido da cura, do cuidado, o que nos exigiu uma habilidade de escuta e uma disponibilidade de doação maior que de costume. Conhecemos os pacientes, suas histórias, seus tratamentos, quem são seus acompanhantes. É uma história mais importante entre o artista e o paciente. 

A vida é construída num enredo que estamos fiando constantemente, com força e coragem. O amor que temos pelas histórias e pela arte nos permitirá atingir o lugar onde nasce a alegria e a coragem. É o que esperamos e como temos feito desde então. Desta forma, o espetáculo se adapta ao paciente, ao ambiente, aos tratamentos vigentes, aos enfermeiros que nos acompanham. É esperar a maca entrar, é esperar um soro ser trocado. Estamos todos juntos nisto tudo. Todos no momento presente e juntos em presença.”

O que mudou?

E ele continua, desta vez falando sobre a bagagem que o projeto trouxe para o grupo:

“Saímos do hospital com mais histórias do que quando entramos. Ir aos leitos e ver como cada criança reage ao seu processo de cura, observar os brinquedos que os acompanham, ver sorrisos e lágrimas, e levar doçura e irreverência para eles. A arte sonha com um mundo melhor e no hospital isto é muito mais visível, porque a questão da sobrevivência e da felicidade estão na berlinda. Por isso, sonhar com um futuro melhor é acreditar na cura e na continuidade da vida, em sua beleza própria.”

Fabiano Freitas, que em 2012 levou o espetáculo Triciclo para oito hospitais, se apresenta neste ano com Circo a Céu Aberto. Artista de rua, ele conta que precisou adaptar suas criações para o ambiente hospitalar.

O que mudou?

“Tenho a rua como meu ofício e apresento muito em praças públicas analisadas com antecedência para que tudo saia bem pra mim e para aqueles que estão assistindo. A arte de rua permite atuar com mais intensidade, em movimentos, números, emoções. Com números muito técnicos, como monociclo e perna de pau, e também com palhaçaria clássica, movimentos mais extravagantes. No espaço hospitalar, aprendi a ter um pouco menos desta intensidade da rua e oferecer momentos mais lúdicos, mais minimalistas em termos de movimentos e emoções.”

Que experiência! O projeto Plateias Hospitalares abre editais anuais para que grupos do Rio de Janeiro se inscrevam e levem suas criações para o hospital. Fique atento ao nosso site para saber quando será o próximo edital.

Enquanto isso, que tal dar uma olhada na programação do projeto em agosto, que começa amanhã? Veja a programação aqui!

 

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Claudia Rosa Silveira
Claudia Rosa Silveira
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Há alguns anos atrás eu fazia uma palhacinha Pink, no hospital universitário de Brasília, UnB, com famílias portadores de hanseniase. E foi um Tempo precioso em minha vida! Sempre desejei trabalhar com doutores da alegria. Gostaria muito de conhecer o trabalho mais de perto de vcs! Hoje moro em Macaé/RJ. Sou separada, tenho 50 anos. Sou aposentada. Ainda quero fazer capelania hospitalar….. mas quero levar essa alegria de viver, pois vivi experiências ímpares qdo trabalhei como voluntária no hospital.
Espero poder receber um retorno carinhoso de vcs!!!!!
Que Deus continue abençoando grandemente o trabalho de vcs!!!!
Bjs
CLAUDIA ROSA

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