. Histórias de mães III – Doutores da Alegria

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Histórias de mães III

9 de maio de 2015
Tempo de leitura: 4 minutos

Doutores da Alegria

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Dezenas de mães compartilharam conosco histórias vividas com seus filhos e filhas nos hospitais Brasil afora. Histórias reais, tocantes, sensíveis, inspiradoras. A vida como ela é. Agradecemos pela coragem!  

+ veja aqui as primeiras histórias

Tatiane Ramos e Fernando

Quando estava grávida de seis meses do meu filho Fernando, fui atropelada e fiquei em coma. Os médicos disseram que ele tinha 90% de chance de nascer com sequelas devido à pancada, e perguntaram se eu queria fazer exames para detectar alguma sequela cerebral.

Não fiz exames porque independente da saúde dele eu cuidaria e o amaria de qualquer jeito! Apesar de tudo que poderia dar errado, ele nasceu perfeito! Com seis meses, pegou uma infecção e quase perdeu a perna, ficou uma semana internado e foram longos dias vendo o sofrimento dele. Hoje ele é esse rapaz lindo de 14 anos, com uma saúde de ferro!

Fui diagnosticada recentemente e estou fazendo radioterapia! Ele quem cuida de mim junto com a irmã. Já fui voluntária em hospitais e sei como e bom levar alegria às pessoas! Luto para ter minha vida de volta, e poder fazer novamente a diferença! #amor #esperança #alegria

Tatiane Ramos

Obrigada pelo carinho e dedicação que vocês nos dedicam! Quando vejo um palhaço, vejo mais humanidade, vejo a solidariedade por trás da maquiagem, pois somente quem traz alegria e felicidade conhece o que é amor de verdade!

Fernanda de Paula Silva e Mariana – São Paulo

Fernanda SilvaEm janeiro de 2010, quando tinha apenas dois anos e meio, começamos a notar que havia algo errado com nossa filha Mariana. Ela não brincava, só chorava, dizia que estava triste e cansada… Íamos ao parque, à praça e à piscina, mas nada estava bom. Levamos ao médico diversas vezes, mas eles diziam que era o jeito dela, pois clinicamente estava bem.

Até que um dia, ao buscá-la na escola, a professora me informou que, ao descer uma escada, a perna da Mariana tremeu e fraquejou. Uma luz vermelha acendeu em meu coração de mãe. Levei-a correndo ao hospital e pedi exames. Nada. Disseram que era uma virose e que eu observasse. Observei e, no dia seguinte ela piorou. Não levantava do sofá. Estava prostrada!

Corri para o Hospital Sírio Libanês e disse que não sairia de lá sem um diagnóstico preciso. Fizeram uma tomografia e aí veio a notícia: Mariana tinha um tumor cerebral de 6 cm de diâmetro. Um ependimoblastoma entre os quatro ventrículos! Nosso mundo caiu!

Foi internada e dois dias depois passou por uma cirurgia de nove horas de duração para retirada de um pedaço do tumor para biópsia. Gravíssimo! Grau 4! Chance mínima de responder ao tratamento. Após uma semana, outra cirurgia para tentarem retirar o máximo possível do tumor. Mais nove horas de terror! Tiraram 90%. Após doze dias de muito sofrimento na UTI, fomos para o quarto e alguns dias depois iniciou-se a quimioterapia. Quinze dias sem comer, nem beber absolutamente nada! Desidratação e desnutrição… Foram dez sessões de quimio. Diversas internações por infecções e muitas transfusões de sangue.

Nesse meio tempo, os médicos decidiram que era necessário fazer radioterapia. Esperaram ela fazer três anos, pois a rádio só é indicada a partir dos sete, mas tinham que fazer! Foram 45 sessões de rádio no crânio e na coluna. Anestesia geral todos os dias, exceto aos domingos.

Após dois anos de todos esses tratamentos, o tumor havia sumido. Atualmente ela faz acompanhamento com diversos médicos, mas as sequelas são mínimas, diante de tudo isso. Os médicos até hoje choram quando a veem, pois acreditam que ela é um milagre mesmo.

Foram dias terríveis de muita dor e sofrimento, mas sempre tive a certeza de que ela sairia viva e saudável dessa. Nunca, em nenhum momento duvidei disso! Hoje ela é uma criança linda e especialmente saudável!

Vivian Farias e Felipe – São Paulo

Engravidei do Felipe em abril de 2012. Fiz meu pré-natal, ultrassom, tudo certo. Em janeiro de 2013 ele nasceu, de parto normal, pesando 3,45 kg e com 49 cm. Vivian Farias

Assim que ele nasceu, a enfermeira disse que seu ânus estava imperfurado – coisa que acontece com um bebê a cada 5 mil. Eu não entendi nada pois não sabia que o significava aquilo! Descobri que ele não tinha o orifício para evacuar. No dia seguinte o cirurgião precisaria avaliá-lo. No sábado pela manhã, o médico nos disse que ele passaria por uma colostomia. Foi muito doloroso para todos nós. Além de ser uma cirurgia forte, o Felipe tinha apenas dois dias de vida. O meu sonho de sair logo com ele do hospital, nos meus braços, ali ficava.

Tudo certo após a primeira cirurgia. Felipe foi direto para UTI para o acompanhamento. Quando tinha cinco dias, eu pude pela primeira vez pegá-lo em meus braços, e foi muito emocionante. Com sete dias, ele teve alta, e enfim fomos para casa.

Ali começava nossa luta pelas bolsas de colostomia, que não eram baratas. Descobri um hospital chamado Darcy Vargas que fornecia as bolsas gratuitamente. Íamos todo mês buscá-las. Com 11 meses, Felipe realizou sua segunda cirurgia, a da abertura do ânus, e passamos mais sete dias no hospital. Graças a Deus, ele foi se recuperando. A partir daí, tínhamos que ir uma vez por semana ao hospital para estimular o ânus, ou seja, fazer dilatações. Era horrível, muito doloroso, mas necessário. Enfim mais alguns meses se passaram, e com um ano e quatro meses, foi marcada a cirurgia do fechamento da colostomia, para que ele pudesse evacuar normal, que alegria! No dia 23 de abril de 2014, Felipe internou e começou o jejum. No dia seguinte, sem a mamadeira. Até que no dia 25 só podia ingerir água, o que foi muito difícil, pois imagine ter que controlar a fome de um bebê!

No dia 26 a cirurgia foi realizada, e mais uma vez deu tudo deu certo. No dia seguinte, o Felipe pôde finalmente tomar sua mamadeira, muita emoção! Ficamos no hospital até o dia 30 de abril, e tudo caminhou certo. Hoje, com dois anos e 3 meses, completou um mês da sua última cirurgia. Tenham fé que tudo dará certo!

Feliz Dia das Mães! <3

+ Você sabia?

Doutores da Alegria atua em hospitais públicos há 23 anos e precisa de doações para manter seu trabalho junto a crianças hospitalizadas, seus familiares e profissionais de saúde. Faça parte desta causa, doe aqui: www.doutoresdaalegria.org.br/colabore.

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Dia das Mães, histórias, ser mãe, superação

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