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Primeiro dia do Encontro Nacional traz história e reflexão

21 de novembro de 2014
Tempo de leitura: 2 minutos

Doutores da Alegria

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O primeiro dia do Encontro Nacional de Palhaços que Atuam em Hospital abriu as portas para quatro dias intensos de discussão e formação em torno deste trabalho.

foto: Nina JacobiRealizada em São Paulo de 20 a 23 de novembro, a terceira edição do Encontro reúne mais de 100 participantes de diversos Estados, como Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraná, Acre, Alagoas e Rio de Janeiro. Essa diversidade mostra o alcance do trabalho, que nasceu com os Doutores da Alegria em 1993 e hoje é praticado por mais de 1.000 iniciativas pelo país, cada uma à sua maneira.

A abertura do evento foi feita por Raul Figueiredo, coordenador do programa Palhaços em Rede, que mobiliza e oferece orientação regular a grupos que utilizam a figura do palhaço nos hospitais. Em sua fala, Raul ressaltou a importância do Encontro para grupos distantes do eixo Rio-São Paulo, onde a formação está mais disponível, e também convidou o público a compartilhar o que vem sendo feito em sua região. “Neste encontro vamos treinar nas oficinas, refletir e se atualizar nas mesas de debate e também se divertir com os cabarés!”, destacou.

foto: Nina Jacobi

Wellington Nogueira, fundador da ONG, seguiu a abertura contando a história do bobo da corte, antecessor do palhaço, que surgiu no século VII antes de Cristo. Deu uma aula de história sobre a commedia dell’arte e o nascimento do circo e fez um paralelo com o trabalho que os grupos trazem hoje. “Companhias se organizavam em carroças e paravam em povoados pedindo licença para se apresentar. Bem parecido com o que acontece hoje conosco quando paramos nas portas dos quartos no hospital e perguntamos se podemos entrar.”, contou.

À história, seguiu-se a menção de iniciativas que fazem trabalhos inusitados pelo planeta, como o Clowns Without Borders (palhaços que intervêm em zonas de guerra) e o Bataclown (companhia que ajuda empresas a lidarem com conflitos). “Temos uma missão social, artística, cultural, evolucionária. Temos que ensinar a humanidade, colocar nossas inteligências para agir e transformar.”, finalizou ele.

Fechando a abertura, a psicóloga hospitalar e pesquisadora Morgana Masetti trouxe o panorama da atividade no mundo a partir de pesquisas que vem realizando em parceria com organizações. Iniciou com uma breve história do surgimento do hospital. “Embora se apresente como um local moderno, no ponto de vista das relações o hospital está ligado a questões da Idade Média. Ele surgiu nos campos de batalha e sua constituição se deu aos moldes do exército, da hierarquia militar.”

Morgana apresentou dados preliminares das pesquisas, que estão sendo feitas por meio de 1.274 questionários em 47 países. A maioria das iniciativas é composta por ONGs e associações que já têm de 5 a 20 anos de atuação. Ela destacou que fora do Brasil 80% daqueles que realizam o trabalho são remunerados, e somente 20% são remunerados no Brasil, o que indica a forte presença do trabalho voluntário, muitas vezes feito inclusive por artistas profissionais.

foto: Nina Jacobi

Ela finalizou fazendo alguns questionamentos e propondo a reflexão: “Em que medida o movimento global de palhaços está criando uma atividade inovadora que pode se institucionalizar com sua identidade e reconhecimento? Como cruzar a fronteira de um trabalho suplementar (da área de humanização) para agente de intervenção no sistema médico?”

O dia terminou com a apresentação de cenas da Roda Besteirológica, dos Doutores da Alegria. O Encontro segue até domingo com cobertura pelo site e pelas redes sociais.

fotos: Nina Jacobi

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